Pesquisadores da Universidade do Vale do Itajaí (Univali),
confirmaram o efeito da planta, conhecida como pata de vaca na diminuição do
diabetes. Eles descobriram que o chá produzido a partir das folhas da espécie
Bauhinia forficata contribui para a atividade antidiabética.
Os estudos foram conduzidos com animais de laboratório,
induzidos ao diabetes e tratados com o extrato bruto obtido das folhas da
Bauhinia forficata. Os pesquisadores analisaram as substâncias isoladamente e
identificaram entre elas a presença do flavonóide kaempferitrina, responsável
pela ação hipoglicemiante, capaz de influenciar no tratamento reduzindo o nível
anormal de glicose no sangue.
Agora a Univali está desenvolvendo, com a parceria da
Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa
Catarina (Fapesc), uma nova pesquisa para analisar o uso da Bauhinia forficata
associado ao medicamento glibenclamida, largamente utilizado por pacientes
portadores do diabetes mellitus, tipo 2.
De acordo com a farmacêutica Chistiane Meyre da Silva
Bittencourt, doutora e professora de química orgânica da Univali, esse novo
estudo vai apontar se a associação da Bauhinia forficata ao medicamento
convencional pode contribuir ou prejudicar o efeito da glibenclamida.
A pesquisadora explica que a ação antidiabética é
praticamente exclusiva da espécie Bauhinia forficata. “No Brasil, a pata de
vaca mais conhecida é a espécie Bauhinia Variegata, que tem finalidade
ornamental e características muito similares a Bauhinia forficata, mas que não
apresenta o marcador químico kaempferitrina, relevante para tratamento do
diabetes” esclarece. A espécie ornamental possuem folhas com pontas
arredondadas e flores rosadas, diferente da Bauhinia forficata que possui
espinhos, folhas pontudas e flores brancas com formato mais fino (foto).
Ela alerta que a pata de vaca, assim como outras plantas,
tem sofrido adulteração durante o processo de preparação para comercialização.
No trabalho de iniciação científica conduzido por Indianara Engel e coordenado
por Christiane Bittencourt foram analisadas seis marcas comerciais da espécie
Bauhinia forficata e três ornamentais. O resultado mostrou que nenhuma das
amostras ornamentais continha kaempferitrina, das outras, apenas duas eram
compatíveis a planta certa e todas tinham mais de 2% de material estranho na
composição.